Atraídos pelos juros baixos, que podem ficar em somente 2% ao ano, agricultores familiares de Parobé estão recorrendo de forma crescente ao crédito rural. A constatação é da Secretaria Municipal da Agricultura e da Emater, que contabilizam cerca de R$ 400 mil em financiamentos liberados somente desde o último mês de julho, quando começaram os preparativos para a nova safra agrícola.
Conforme a agrônoma Ana Helena Barbieri e a chefe local da Emater, Elaine Boligon, tudo começa quando o produtor procura os órgãos ligados à área para apresentar sua proposta. Após uma primeira análise técnica do projeto, o interessado precisa cumprir alguns requisitos para obter a aprovação, a começar pelo cadastro junto à instituição financeira que irá repassar os recursos.
O interessado também terá que estar em dia com a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) e adequado às exigências do programa. Uma delas é a de residir na propriedade à qual se destina o financiamento ou próximo a ela e também que 70% da renda provenham da atividade agrícola. Além disso, o tamanho da área disponível não poderá ser superior a quatro módulos fiscais, que equivalem a cerca de 72 hectares.
Segundo Ana Barbieri, é comum trabalhadores do setor calçadista apresentarem propostas para investimento ou custeio em sítios do interior, mas essas acabam esbarrando no critério da maior renda auferida no emprego urbano. “Outra dificuldade é que boa parte dos agricultores não costuma tirar notas no seu bloco de produtor, o que se torna um entrave na hora de obter o financiamento, pois não há comprovação de renda suficiente”, explica a representante da Emater.
Satisfeitas as condições estabelecidas, porém, os interessados têm acesso a três opções distintas do Pronaf. Para investimentos nas propriedades e a modalidade Mais Alimentos, os juros ficam na média de 2% ao ano, com carência de dois anos e prazo de oito anos, a partir de então, para o pagamento. Nos empréstimos para custeio, os juros variam de 1,5% a 4%, e a quitação deve ocorrer em um ano, sem carência.
Dinheiro que fica girando no município
Conforme os dados do escritório municipal da Emater, os produtores rurais de Parobé têm recorrido ao Pronaf com finalidades distintas. Entre elas, constam a construção de mangueiras para confinamento de gado de corte, aquisições de veículos para transporte e de máquinas agrícolas, compra de alevinos e ração para piscicultura e custeio para plantio de melancia e aipim. “É dinheiro que vem e fica girando no município, melhorando as condições de vida e também os níveis de produtividade na agricultura familiar”, observa a agrônoma Ana Barbieri.
O secretário municipal da Agricultura, Roberto Santana Jr., lembra que a Pasta chegou a promover uma reunião com representantes de instituições bancárias a fim de contornar as questões burocráticas que, muitas vezes, emperravam o andamento dos processos. Além disso, a Secretaria participa das avaliações nas propriedades com vistas à liberação dos empréstimos. “A gente verifica quem é produtor e quem não é e também se vai ter condições de pagar”, explica.
Santana vê o acesso ao crédito rural como extremamente positivo para o desenvolvimento da agricultura no município. “Ninguém precisa se preocupar que o banco vai querer tirar a terra dele, já que a garantia é o próprio bem adquirido e o bloco de produtor”, sustenta, elencando os juros baixos e o prazo de carência como principais facilitadores para a tomada de financiamento.
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