Uma notícia que já era esperada confirmou se em Parobé. Após realizar a demissão de funcionários no ano passado, a empresa Crysalis desativou sua filial no município na última quinta-feira (19).
Acompanhando de perto a situação dos trabalhadores já demitidos, assim como aqueles que devem continuar contratados, o Sindicato dos Sapateiros de Parobé esteve no local.
De acordo com os representantes da entidade, João Pires (presidente) e Gaspar Nehering, (vice-presidente), esta confirmação simboliza mais uma grande perda do município na geração de empregos.
— A história desta empresa no município também foi positiva. Quando foi anunciada a vinda da Crysalis para cá, nós comemoramos a contratação de muitos trabalhadores. Nos últimos dois anos e meio a empresa vem demonstrando dificuldades, com uma dívida muito alta e um período de recuperação judicial, deixando isto muito claro para os funcionários e para a entidade sindical — afirma Pires.
Em vídeo publicado na page da entidade na semana passada, é possível ver o esvaziamento dos pavilhões
OS PROBLEMAS QUE RESULTARAM NO FECHAMENTO
De acordo com o sindicato, entre os principais problemas da companhia, estiveram a falta de depósito do fundo de garantia dos funcionários, além do não cumprimento do pagamento das rescisões, parcelamentos do 13º salário e férias.
— Nenhum município hoje quer perder 120 empregos, isto é muito significativo, mas precisamos cobrar que todos os acordos sejam cumpridos — salienta o presidente.
A Crysalis ofereceu aos funcionários do município que ainda estão contratados, transporte para o deslocamento até a matriz que está localizada em Três Coroas. Esta situação também está sendo analisada pela entidade sindical.
— Precisamos ver a adaptação destes trabalhadores, pois esta mudança gera uma série de alterações importantes em sua rotina diária — destaca Nehering.
Os representantes também enfatizam que com a saída da empresa, a entidade segue amparando os funcionários, garantindo o direito da classe trabalhadora perante a esta situação.
— O prejuízo de perder uma indústria é social e econômico. Neste momento nós estamos ao lado do trabalhador para garantir todos os seus direitos — finaliza o vice-presidente.
ENTENDA O CASO
Em 2005 a Crysalis deu início aos trabalhos em sua filial no município. Na época, apenas um pavilhão era utilizado pela empresa, às margens da ERS-239, próximo ao viaduto de acesso à cidade. Em 2008, com o fechamento da filial em Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, a fábrica investiu em mais um pavilhão no município, empregando mais de 400 pessoas.
Já em 2017, houveram uma série de demissões onde verificou-se o não pagamento destas rescisões, depósito do fundo de garantia, além do parcelamento do 13º salário e férias. Na época, o Sindicato dos Sapateiros atuou junto aos trabalhadores, realizando protestos e buscando uma negociação com os administradores da empresa. Ainda dentro do prazo de recuperação judicial, não há um prazo para que os pagamentos sejam feitos, já que o processo ainda corre na justiça.
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