Graças à força de vontade própria e ao apoio recebido da família e de pessoas da comunidade, uma adolescente de Parobé está conseguindo superar as dificuldades e limitações impostas por uma doença rara. Carolina Ferreira Gonçalves, de 11 anos, sofre de pseudoartrose congênita, um tipo de lesão que atinge ossos dos membros inferiores, especialmente a tíbia, gerando dificuldades de locomoção. Devido ao agravamento do problema, os médicos chegaram a sugerir a amputação das duas pernas, mas um tratamento realizado em Belo Horizonte evitou a solução extrema, e a menina já consegue se movimentar apenas com o uso de muletas.
Moradora do loteamento São João, no distrito de Santa Cristina, a mãe de Carolina conta que a descoberta da doença ocorreu aos nove meses de vida da filha. “Ela já andava, quando caiu de uma cadeira, pisou em falso e a perna inchou muito. Levamos para o ortopedista em Taquara e ele logo diagnosticou a pseudoartrose”, relata Carine Ferreira.
A partir dali, foram cinco anos de acompanhamento médico em Porto Alegre e um quadro desalentador, pois, num certo momento, a menina simplesmente parou de andar, permanecendo somente deitada ou sentada. “Não tinha forças para ficar de pé”, conta a própria Carolina. Após uma passagem por Curitiba e o agravamento da situação, veio o parecer que recomendava a amputação das pernas, mas a família relutou e decidiu fazer uma última tentativa em Belo Horizonte. Lá, a garota ficou hospitalizada por três meses para realização de uma cirurgia corretiva numa das pernas, que recebeu uma plaqueta. De volta para casa, começou a andar com o auxílio de muletas e de aparelhos ortopédicos e agora nem pensa mais em usar a cadeira de rodas, que era seu único meio de locomoção até pouco tempo atrás.
Na semana passada, Carolina foi até a Prefeitura de Parobé, em companhia da mãe e da tia Maria Tereza Cardoso Alves, sendo recebida pela vice-prefeita Nelsi Lázaro. O objetivo era agradecer a todos que ajudaram a bancar os custos do longo tratamento, já que as condições financeiras da família são limitadas – o pai, Ricardo Gonçalves, trabalha numa pedreira, e a garota tem outros três irmãos, todos menores. “O governo do Estado pagou as passagens aéreas, mas todas as demais despesas foram por conta própria”, contou Carine, destacando as doações recebidas de diversos colaboradores.
Graças a isso e à persistência pessoal, segundo a mãe, a filha está levando uma vida normal, com a doença sob controle, embora incurável. Diz que Carolina consegue se deslocar sem maiores problemas, o que inclui as idas à escola Pe. Afonso Kist, onde estuda, e até a ajuda nas tarefas domésticas. “Ela nunca desanimou, mesmo com todas as dificuldades”, testemunha a dona de casa.
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