domingo, 26 de agosto de 2018

Gigante do e-commerce visita indústrias do Paranhana passará a importar calçados da região

Depois de tantas notícias ruins relatando a atmosfera de demissões e fechamento de fábricas, o negócio calçadista no Paranhana tem boas novas. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com uma expectativa de negociar US$ 400 mil nos próximos meses com calçadistas brasileiras, um dos maiores grupos de e-commerce dos Estados Unidos, o Revolve.com, participou, entre os dias 20 e 22 de agosto, do Projeto Comprador Vip.
Cumprindo agenda de visitas a fábricas e showrooms nas regiões do Vale do Sinos e Vale do Paranhana, no Rio Grande do Sul, o consultor de produtos, Kevin Patera, contratado pela empresa para buscar novos fornecedores no Brasil, veio em busca de calçados femininos para compor o mix da marca Raye, pertencente ao grupo de e-commerce.
A iniciativa foi uma promoção do Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados mantido pela Abicalçados em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
A analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Ruisa Scheffel, que acompanhou o consultor, explica que a marca Raye trabalha, basicamente, com calçados asiáticos, e viu no Brasil uma oportunidade de, além de melhorar a qualidade dos produtos, obter ganhos com a logística, já que o produto brasileiro tem mais flexibilidade nos volumes e entrega muito mais rápida do que o importado da Ásia.
— A valorização do dólar também ajudou, já que os preços ficaram mais competitivos — avalia.
A expectativa colocada por Kevin é de que essas reuniões se transformem em negociações em breve.
— Ele aponta a importação de US$ 400 mil já nos próximos meses, com grandes possibilidades de recompra de volumes ainda maiores no futuro — conta a analista, ressaltando que, como o grupo possui mais marcas, além da Raye, o projeto pode ser uma porta de entrada para mais empresas verde-amarelas no gigante do e-commerce estadunidense.
MERCADO
Considerado o segundo maior mercado para calçados do mundo, com mais de 2 bilhões de pares consumidos anualmente – é o maior em valor gerado, com mais de US$ 80 bilhões por ano – os Estados Unidos vêm diminuindo as importações de calçados da China nos últimos anos. Conforme o relatório World Footwear, nos últimos cinco anos a queda nas importações de calçados chineses pelos Estados Unidos chegou a 12%.
Segundo Ruisa, a tendência de queda de ser acentuada em função da guerra comercial travada pelo país contra o Tigre Asiático “Abre uma oportunidade importante para o calçado brasileiro”, conclui a analista.
Entre janeiro e julho de 2018, os americanos importaram 5,3 milhões de calçados brasileiros, pelos quais foram pagos US$ 85,5 milhões, quedas de 13,5% em volume e de 23,4% em receita no comparativo com igual período do ano passado. Por outro lado, o preço médio do produto é US$ 16, muito acima da média geral, US$ 9.
Participaram da iniciativa as marcas Carrano, Viviar, Cristófoli, Luz da Lua, Werner, Tabita, Vicenza, Guilhermina, Dumond, Capodarte, Jorge Bischoff, Smidt Shoes e Stephanie Classic.

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