O Rio Grande do Sul é, pela segunda vez, o Estado que mais perdeu postos de trabalho no setor calçadista brasileiro. Desde o início da pandemia, as fábricas gaúchas já demitiram 10.712 profissionais e quase dois meses depois voltaram a ter mais desligamentos que as fábricas paulistas, conforme a nova atualização do levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), que deve ser oficializado nesta quarta-feira (10).
No Brasil, mais 35.974 profissionais já foram desligados das esteiras de produção de calçado. Em relação aos dados da semana passada, nos últimos dias 798 colaboradores foram desligados. Essas novas demissões foram puxadas pelo polo gaúcho que perdeu mais 419 postos de trabalho e, dessa forma, voltou a ser o Estado brasileiro com mais demissões.
Indústria calçadista deve recuar a patamares de 16 anos atrás
A Abicalçados lançou, no início de junho, o já tradicional Relatório Setorial da Indústria de Calçado do Brasil. Com dados completos e detalhados do setor calçadista nacional e internacional, a publicação é desenvolvida pela entidade desde 2016.
A coordenadora da unidade de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, explica que a publicação tem o objetivo de auxiliar o setor na tomada de decisões, pois além de um compilado de dados nacionais e internacionais acerca da atividade, traz projeções e análises para curto e médio prazos.
— O ano de 2020 está sendo atípico para o setor calçadista. Com a pandemia do novo coronavírus, saímos de uma projeção de crescimento, no início do ano, para uma de queda brusca, de até 30% na produção de calçados. Voltaremos aos patamares de 16 anos atrás — explica.
Além das projeções para 2020, que apontam para queda no consumo doméstico de calçados na faixa de 29% e de até 30% nas exportações, o Relatório traz dados de 2019 e comparativos com os anos anteriores. Confirmando o Brasil como 4º maior produtor mundial do setor, com 908 milhões de pares de calçados produzidos em 2019 (incremento de 0,4% ante 2018), o Relatório aponta um perda no mercado internacional, especialmente frente aos concorrentes asiáticos. Em 2019, foram embarcados ao exterior 115 milhões de pares, que geraram US$ 972 milhões, incremento de 1,5% em pares e queda de 0,4% em dólares na relação com 2018.
— A estabilidade ante 2018 só ocorreu em função do incremento dos embarques para os Estados Unidos (11% em pares), externalidade positiva da Guerra Comercial instalada entre aquele país e a China e que fez com que os importadores norte-americanos buscassem fornecedores alternativos ao país asiático como forma de fugir das altas tarifas. Ainda assim, a participação brasileira no mercado é baixa, inferior a 1% do total importado pelos Estados Unidos — explica Priscila, ressaltando que o Brasil perdeu mercados importantes, especialmente na América do Sul, ao longo do ano passado.
Já com a queda nas exportações projetada para 2020, o Brasil deve voltar aos patamares do início da década de 1980, com cerca de 80 milhões de pares exportados.
O ano de 2019 também marcou uma redução no nível de emprego. Conforme dados do Relatório, elaborados pela Abicalçados, ao longo do de 2019 foram perdidos 3,7 mil postos, fechando o ano passado com 269,4 mil postos de trabalho diretos na atividade.
— Para 2020, em função da queda expressiva na produção, o setor deve ter outro revés importante, perdendo até 57 mil postos e fechando o ano com pouco mais de 210 mil postos — projeta Priscila.
O Rio Grande do Sul é, pela segunda vez, o Estado que mais perdeu postos de trabalho no setor calçadista brasileiro. Desde o início da pandemia, as fábricas gaúchas já demitiram 10.712 profissionais e quase dois meses depois voltaram a ter mais desligamentos que as fábricas paulistas, conforme a nova atualização do levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), que deve ser oficializado nesta quarta-feira (10).
No Brasil, mais 35.974 profissionais já foram desligados das esteiras de produção de calçado. Em relação aos dados da semana passada, nos últimos dias 798 colaboradores foram desligados. Essas novas demissões foram puxadas pelo polo gaúcho que perdeu mais 419 postos de trabalho e, dessa forma, voltou a ser o Estado brasileiro com mais demissões.
Indústria calçadista deve recuar a patamares de 16 anos atrás
A Abicalçados lançou, no início de junho, o já tradicional Relatório Setorial da Indústria de Calçado do Brasil. Com dados completos e detalhados do setor calçadista nacional e internacional, a publicação é desenvolvida pela entidade desde 2016.
A coordenadora da unidade de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, explica que a publicação tem o objetivo de auxiliar o setor na tomada de decisões, pois além de um compilado de dados nacionais e internacionais acerca da atividade, traz projeções e análises para curto e médio prazos.
— O ano de 2020 está sendo atípico para o setor calçadista. Com a pandemia do novo coronavírus, saímos de uma projeção de crescimento, no início do ano, para uma de queda brusca, de até 30% na produção de calçados. Voltaremos aos patamares de 16 anos atrás — explica.
Além das projeções para 2020, que apontam para queda no consumo doméstico de calçados na faixa de 29% e de até 30% nas exportações, o Relatório traz dados de 2019 e comparativos com os anos anteriores. Confirmando o Brasil como 4º maior produtor mundial do setor, com 908 milhões de pares de calçados produzidos em 2019 (incremento de 0,4% ante 2018), o Relatório aponta um perda no mercado internacional, especialmente frente aos concorrentes asiáticos. Em 2019, foram embarcados ao exterior 115 milhões de pares, que geraram US$ 972 milhões, incremento de 1,5% em pares e queda de 0,4% em dólares na relação com 2018.
— A estabilidade ante 2018 só ocorreu em função do incremento dos embarques para os Estados Unidos (11% em pares), externalidade positiva da Guerra Comercial instalada entre aquele país e a China e que fez com que os importadores norte-americanos buscassem fornecedores alternativos ao país asiático como forma de fugir das altas tarifas. Ainda assim, a participação brasileira no mercado é baixa, inferior a 1% do total importado pelos Estados Unidos — explica Priscila, ressaltando que o Brasil perdeu mercados importantes, especialmente na América do Sul, ao longo do ano passado.
Já com a queda nas exportações projetada para 2020, o Brasil deve voltar aos patamares do início da década de 1980, com cerca de 80 milhões de pares exportados.
O ano de 2019 também marcou uma redução no nível de emprego. Conforme dados do Relatório, elaborados pela Abicalçados, ao longo do de 2019 foram perdidos 3,7 mil postos, fechando o ano passado com 269,4 mil postos de trabalho diretos na atividade.
— Para 2020, em função da queda expressiva na produção, o setor deve ter outro revés importante, perdendo até 57 mil postos e fechando o ano com pouco mais de 210 mil postos — projeta Priscila.
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