sexta-feira, 5 de junho de 2020

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira (5) a Operação Faraó, com o objetivo de combater os crimes de estelionato, crime organizado e lavagem de dinheiro através de pirâmide financeira. Estima-se que mais de 100 vítimas tenham caído no golpe, cujo prejuízo gira em torno de mais de R$ 25 milhões.
A ação ocorreu em três municípios do Vale do Paranhana. Agentes sob comando do delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari, da DP de Três Coroas, cumpriram 14 ordens judiciais, sendo 11 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, nas cidades de Taquara, Rolante, Igrejinha, Santo Antônio da Patrulha e Porto Alegre.
Houve o recolhimento de documentos de compra e venda patrimonial, tablets, aparelhos celulares, notebooks e computadores, entre outros, além de ser efetuada a prisão de um dos principais articuladores do esquema, um indivíduo de 32 anos de idade.
Ao longo das investigações, os policiais civis identificaram 15 suspeitos de participarem do grupo criminoso. O patrimônio adquirido pelos mesmos apontou 34 veículos e 30 imóveis, que avaliados somam mais de R$ 10 milhões. Eles também teriam investimentos em criptomoedas cujo rastreamento é mais difícil. Todos os bens foram sequestrados judicialmente.
Entre todo o patrimônio, um sítio às margens da Estrada Armindo Eugênio Bohrer, no interior de Taquara, avaliado em R$ 3 milhões. O imóvel possui uma casa luxuosa, cercada com uma grade escura que se distingue das demais cercas feitas com mourão e arame farpado na localidade de Cabriúva, entre os distritos de Tucanos e Rio da Ilha.
Sítio avaliado em R$ 3 milhões fica no interior de Taquara e foi apreendido judicialmente (Foto: Policia Civil/Divulgação)
O esquema
A pirâmide financeira consistia na compra de imóveis com valores repassados pelas vítimas com a promessa de lucro decorrente de negociação futura, O titular da DP de Três Coroas observou que, após um determinado período, o dinheiro investido pelas vítimas no esquema não era mais devolvido, já que a compra e venda dos imóveis, na verdade, nunca existiu.
Pagamento de atores
O delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari destacou ainda que os criminosos alegavam possuir estreita relação com uma grande empresa de consórcios gaúcha e pagavam “atores” para se fazerem passar por funcionários da mesma no intuito de ludibriar os investidores, sempre atraídos com promessa de lucro elevado que seria dividido em um segundo momento.
Segundo Caliari, as vítimas recebiam em alguns casos duas ou três primeiras transações valores decorrentes das negociações alegadas para terem confiança nos fraudadores. Elas então reinvestiram o lucro anterior e colocaram mais dinheiro nas operações seguintes, quando então não mais recebiam de volta os investimentos.

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