quarta-feira, 29 de julho de 2009

Calçados Bottero anuncia 400 vagas em Parobé



Carros de som cruzam as ruas da cidade ofertando empregos em vários setores.

Márcia Greiner/Da Redação NH

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Parobé - Nada como um dia após o outro. O sentimento de frustração e desespero dos 600 funcionários que foram demitidos na Vulcabrasazaleia, na semana passada, tem tudo para ser substituído pela esperança da volta de dias produtivos. A Calçados Bottero, também em Parobé, abriu 400 vagas, numa sinalização que pode absorver boa parte da mão-de-obra que ficou ociosa na outra fabricante. Até o momento, 70 pessoas já foram recrutadas e a partir de 3 de agosto outras contratações serão formalizadas. Em Três Coroas, cidade vizinha, também há oferta de empregos, porém não na mesma demanda.

De acordo com Isabel Cristina dos Santos, responsável pelo recrutamento e seleção da Bottero, as vagas estão abertas há três semanas. "Tudo vai depender das pessoas virem fazer as fichas e passar pelo processo de seleção", disse ela, acrescentando que muitos trabalhadores, demitidos em outros épocas pela Vulcabrasazaleia hoje trabalham na empresa. Porém não acredita que todos os demitidos, da leva da semana passada, devam procurar a empresa. "Há sempre os que optam em receber as parcelas do seguro-desemprego para depois procurarem ter um registro profissional na carteira de trabalho."

Planejamento

A geração de 400 vagas na Bottero, fabricante de calçados femininos em couro, tem como âncora um ambicioso planejamento, que previa essa expansão de produção no segundo semestre para atender principalmente o mercado interno. Segundo o gerente de Vendas, Adair Moraes, com as contratações (corte, costura, montagem e outras áreas), a produção deve pular de 25 mil pares/mês para 27 mil pares/mês. "Não sei explicar porque os outros estão demitindo e nós admitindo", disse ele, acrescentando que a estratégia da empresa sempre foi a de produzir dentro do Estado. Neste ano, a indústria prevê produção de 4,5 milhões de pares, 85% direcionada para o mercado interno.

Na fila por uma chance de trabalho

Filas de espera formam-se diariamente em frente à fábrica de calçados Bottero, localizada no bairro Guarani, para recrutamento de novos funcionários. Em média, 90 pessoas por dia passam pela empresa à procura de uma nova oportunidade. Muitos dos candidatos ficaram sabendo das vagas pelos carros de som, que cruzam todos os dias as ruas da cidade ofertando os empregos.
"Há três anos não trabalho em fábrica, somente em ateliê, mas não é a mesma coisa. Se tudo der certo, estarei com a carteira assinada. Estou com muita esperança. Fiquei sabendo da oferta de emprego porque ouvi os carros-falantes falando disto", comentou Neli Santos da Silva, que esteve ontem pela manhã na empresa para preencher um cadastro.

Depois de oito meses fazendo trabalhos sem carteira assinada, o industriário parobeense Antônio de Prado estava feliz da vida. "Estou retornando ao trabalho. Hoje (ontem) faço o teste prático e já começo. É bom trabalhar com carteira assinada", disse. Muitos dos que estão procurando uma oportunidade de trabalho são de outros municípios do Vale do Paranhana e de outras regiões, como de Santa Rosa e Frederico Westphalen.

Ajuda deve vir do Congresso

O secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), Márcio Biolchi, disse ontem na Rádio ABC 900 que a arma para combater a concorrência desleal do calçado chinês deve vir do Congresso Nacional. "Está tramitando, em Brasília, projeto que prevê alterações no faturamento com baixo valor do produto chinês no País. Somente essa medida poderá ajudar o setor calçadista", admitiu.

Foto: Reprodução. Fonte Jornal NH

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